Em dias que você se olha no espelho e não se reconhece mais. Não é só o cabelo desarrumado ou o cansaço estampado no rosto. É um vazio… como se tivesse se perdido de si mesma em algum momento, mas não consegue lembrar exatamente quando.
Você já se perguntou por que continua insistindo em relações que te machucam? Por que se sabota bem na hora em que as coisas finalmente parecem andar? Por que sente que não merece aquilo que tanto deseja?
A verdade é que tudo isso, muitas vezes, tem uma raiz comum: autoestima baixa.
E não, autoestima não é só se achar bonita ou se olhar no espelho e gostar do que vê. É algo muito mais profundo. Tem a ver com sentir-se digna. Digna de amor, de cuidado, de respeito. Digna de ser ouvida, valorizada, escolhida. E quando a gente cresce ouvindo que precisa se esforçar demais pra ser amada, ou quando vive experiências onde o amor sempre vem condicionado, a gente começa a acreditar que tem algo de errado com a gente.
E aí o ciclo começa.
Você entra em relações onde se entrega demais e recebe pouco. Ou pior: recebe migalhas e agradece. Tenta consertar tudo, tenta ser perfeita, tenta adivinhar o que o outro quer pra não ser rejeitada. E quando finalmente alguém te trata bem de verdade, você desconfia. Acha que é “bom demais pra ser verdade”. Sabota. Afasta.
Porque, no fundo, você não acredita que merece.
A autossabotagem, nessas horas, vem travestida de “cautela”, de “autoproteção”. Mas o que ela realmente está fazendo é te impedindo de viver o amor, o sucesso, a paz que você tanto deseja — porque, lá no fundo, tem uma voz dizendo: “isso não é pra você”.
E sabe qual é o problema? É que esse ciclo tende a se repetir. Relações tóxicas alimentam a baixa autoestima, e a baixa autoestima atrai relações tóxicas. E a gente vai se perdendo mais um pouquinho a cada volta que esse ciclo dá.
Mas eu preciso te dizer uma coisa com muito carinho: é possível quebrar esse ciclo.
Não de um dia pro outro. Não como num passe de mágica. Mas sim, é possível. Quando você começa a olhar pra si com mais gentileza. Quando começa a perceber que não é egoísmo se priorizar, se afastar do que machuca, dizer “não”. Quando você se dá permissão pra crescer sem se punir. Pra errar sem se destruir. Pra amar sem precisar se diminuir.
Reconstruir a autoestima é um processo. E você não precisa fazer isso sozinha.
Procure apoio, leia, converse, vá à terapia se puder. Mas, acima de tudo, se acolha. Comece com passos pequenos, mas firmes. Escolha ficar do seu lado. Todos os dias.
Você não é o que fizeram com você. Você é o que escolhe fazer com o que fizeram.